Visita de Estudo a Mafra no âmbito do estudo da obra "Memorial do Convento"

No passado dia 3 de fevereiro, os alunos das turmas 12.º CT1 e 12.º CT2, acompanhados pelos professores Dulce Fonseca e Paulo Baptista, tiveram a oportunidade de visitar o Palácio Nacional de Mafra no âmbito do estudo da obra literária de José Saramago, Memorial do Convento.

Partimos em direção a Mafra por volta das 13h, local onde iríamos iniciar uma visita orientada no majestoso Palácio, que se encontra inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO desde 2019, no entanto, antes ainda tivemos a oportunidade de passear pelo "Jardim do Cerco", localizado perto do Palácio.

Durante a visita ficámos a conhecer melhor a história da construção do Convento, retratada na obra, bem como alguns aspetos relevantes da história do nosso país.

O Convento foi mandado construir em 1711 pelo rei D. João V, para cumprir um voto pelo nascimento de um primogénito, o que resultou numa menina, a mais velha dos seis filhos que, no total, teve com a sua esposa.

 O Palácio de Mafra é o mais importante monumento do Barroco português. A antiga propriedade real ocupa mais de 1200 hectares e o Palácio-Convento tem uma área de implantação de cerca de 38.000 m2, fazendo deste monumento um dos maiores da Europa.

Este Palácio integra, na basílica, um conjunto de seis órgãos históricos e contém ainda uma importante biblioteca, com cerca de 30 mil volumes, sendo a maior numa sala só em toda a Europa; esta, como era de esperar, encantou os alunos que a visitaram. Além disso, ficámos a conhecer a enfermaria do núcleo conventual, bem como outras divisões de proporções majestosas, como os aposentos do Rei e da Rainha e as diferentes salas igualmente belas.

A construção do Convento por ordem do rei só foi possível devido ao trabalho exaustivo do povo, que envolveu 52000 homens. José Saramago, nesta obra, faz o enaltecimento destas pessoas que normalmente são esquecidas. O escritor também criou duas personagens principais pertencentes ao povo, o Baltasar Sete-Sóis e a Blimunda Sete-Luas que formam um casal que é totalmente o oposto do casal real, constituído pelo rei D. João V e a rainha D. Maria Ana, sendo que o primeiro vive uma apaixonada relação amorosa enquanto o segundo se limita a uma relação formal e protocolar.

A obra de Saramago apresenta várias personagens, de diferentes grupos sociais, e com uma enorme hierarquia entre si; é possível encontrar uma ligação entre o rei e o padre Bartolomeu e entre este e o casal ficcional. Realce-se, contudo, que este casal nunca manteve qualquer contacto próximo com o rei, o que não seria, de todo, apropriado nessa época.

Acrescente-se ainda que foi neste Convento-Palácio que D. João VI estabeleceu a sede do seu governo de regência e que este edifício, desde as invasões francesas, recebeu aquartelamento militar e serviu de residência sazonal à família real. Foi também a partir daqui que D. Manuel II, último monarca português, seguiu para o exílio, a 5 de outubro de 1910.

Em síntese, esta foi, sem sombra de dúvida, uma visita bastante enriquecedora e memorável que, para além de ter sido lúdica, possibilitou a criação de memórias inesquecíveis aos alunos participantes.

Agora estamos prontos para a análise da obra de Saramago, Memorial do Convento!

Um especial agradecimento aos professores que nos acompanharam, bem como ao Município do Bombarral, por nos ter fornecido o transporte.

 

Matilde Barreiras, 12.º CT2

Vera Gonçalves, 12.º CT1