Os alunos do 7.º ano de escolaridade visitaram o Centro de Interpretação do Geoparque Oeste, na vila do Bombarral, no âmbito do DAC "Segredos bem guardados em cantos da nossa Terra", assinalando, também, o Dia Internacional da Geodiversidade – 6 outubro.
Fomos recebidos pelos geólogos Bruno Pereira e Inês Marques, que nos deram a conhecer melhor o património geológico, paleontológico, biológico e cultural da nossa região, uma vez que esta faz parte do território do Geoparque Oeste, o mais recente Geoparque português reconhecido pela UNESCO.
A viagem inicia-se pelos Geoparques Mundiais da UNESCO, destacando os Geoparques Portugueses e dando a conhecer os territórios que aspiram a integrar esta rede.
Percorremos, depois, a Escala do Tempo Geológico, onde explorámos a sua divisão e identificámos os principais acontecimentos que marcaram cada Era da história da Terra.
Ao entrar na Era Mesozóica, compreendemos que a nossa região integrava, nesse tempo, uma antiga bacia — a Bacia Lusitânica. Por essa razão, as rochas predominantes da zona datam desse período. Estas rochas guardam inúmeros segredos e revelam-nos valiosa informação, como a formação de calcários em mares jurássicos, a abertura do oceano Atlântico, a importância da Ponta do Trovão — Prego Dourado da UNESCO —, a estrutura do Horst da Berlenga e o riquíssimo registo fóssil, que inclui numerosas espécies, entre elas os famosos dinossauros.
Este património notável tem sido estudado, protegido e divulgado ao longo dos últimos 25 anos por duas instituições locais: o Museu da Lourinhã e a Sociedade de História Natural de Torres Vedras. Graças ao seu trabalho, tivemos o privilégio de observar fósseis verdadeiros de ossos e ovos de dinossauros que viveram, em tempos, na região que hoje habitamos.
Ao concluir a viagem pelo Mesozóico, foi ainda possível compreender a evolução do nosso litoral, as transformações sofridas pelos calcários e a ocupação humana das grutas e castros deste território.
Ainda viajámos pelo património cultural da região, salientando a importância da geologia da Serra de Montejunto, que origina um clima particular e se reflete numa agricultura muito característica, cerca de 60% da produção nacional de abóbora acontece aqui! Ficámos também a saber que a cidade das Caldas da Rainha é uma Cidade Criativa da UNESCO na área do Artesanato e das Artes Populares, distinção que se deve à sua rica e centenária tradição cerâmica. Foi ainda possível conhecer um pouco da biodiversidade desta região.
Uma verdadeira viagem no tempo geológico que revelou os segredos da nossa região!
As professoras
Mafalda Cunha e Alexandra Branco