Festa de Final de Ano Letivo na EB do Pó

A festa do Pó teve lugar no dia 25 de junho. Era para ser feita no campo de futebol, mas como estava a chover, aproveitamos o espaço debaixo do toldo da Associação. Convidamos os pais, encarregados de educação, familiares e amigos. Apresentamos uma dramatização relacionada com o Projeto "Em/cantos da nossa terra". 

Partindo do trabalho já feito, os alunos do 4º ano criaram personagens que apresentaram alguns encantos do Pó e falaram da importância dos enxertos para a freguesia do Pó, a capital da videira.

Peça de teatro  "Em/cantos do Pó"

(Em cena estão um grupo de videiras e outro de enxertos-prontos. Atrás, está o Planalto com um moinho de vento no alto e uma azenha em baixo. De um lado o rio Real.)

Narrador 1 - Era uma vez uma aldeia com um nome muito curioso, a aldeia do Pó. As primeiras referências históricas deste lugar datam da época do Imperador Júlio César.

(Entra Júlio César no seu cavalo, atravessa o palco e depois sai deixando o cavalo).

Há referências a uma cidade chamada Poya edificada por ele; e terá sido o seu nome, César, que deu origem ao nome do planalto das Cesaredas onde os seus cavalos supostamente, iriam pastar. Sabe-se que foram encontradas moedas romanas nesta região assim como outras provas da presença romana.

Narrador 2 - O nome Pó poderá também ter origem nas famílias Pó  que aqui viveram e possuíam bastantes terras, ou então foram elas que adotaram o nome da localidade. O primeiro foi João Afonso do Pó do qual descenderam: João Eanes do Pó, Fernando Eanes do Pó, Álvares Fernandes do Pó, Lopo Fernandes do Pó… e seu filho Rui Lopes, que em 1468 se apresentou como herdeiro de João Eanes do Pó e ficou com casas na aldeia do Pó, herdades e vinhas nas redondezas.

Por fim há ainda o nosso descobridor, Fernão do Pó.

(Entra o navegador com uma caravela, atravessa o palco e sai) 

Não há registos da sua origem mas é associado a estas famílias de apelido Pó. O seu nome foi adotado pela antiga Escola Preparatória do Bombarral e, posteriormente, pelo nosso Agrupamento de Escolas Fernão do Pó.

Narrador 3 -  A freguesia do Pó abrange uma parte alta no planalto das Cesaredas, o chamado Vale de Cornagas ou Vale do Reguengo.

Este vale, hoje é selvagem, mas em tempos era uma zona vital de desenvolvimento, como comprovam as pontes, azenhas e fontes. Tudo graças ao "Rio GALVÃO" que serpenteia pelo vale. Por falar nele… (aparece o rio do lado da azenha e aproxima-se) - Senhor rio Galvão, porque vem tão cansado?

Rio - Ai… tenho mesmo que parar um pouco… Então acha que não tenho razão para estar assim? Antigamente as minhas águas faziam mover as azenhas… Muitas azenhas, que me gastavam as forças! Nesse tempo servia, ainda, para as mulheres irem lavar a roupa e os passeantes deleitarem-se com a água pura das fontes.

Narrador3 - Mas agora as azenhas já não funcionam, a não ser a azenha do Marreco…

Rio Galvão - É verdade! Mas tenho que descer por ali abaixo, tenho as cascatas… tenho que matar a sede aos animais… e quando eu chego aqui… aos campos da várzea, tenho que irrigar estes campos cultivados…

Narrador3 - Sempre bem cultivados, são os solos férteis da várzea…

Rio Galvão- Em tempos conheci um agricultor, o senhor Henriques. Ele descobriu uma forma de aproveitar a fertilidade dos solos da várzea para o desenvolvimento de uma agricultura produtiva, com especialidade na cultura do bacelo.

Narrador3 - Ah sim? Conte-nos….

  (Entra o agricultor, dirige-se ao campo, espreita as videiras, mostra-se entusiasmado e sai. Entra a Filoxera e consegue atacar algumas videiras. O agricultor volta  e, ao ver o estrago, fica triste e frustrado).

Narrador - Ai coitado, tanto trabalho, em vão…

(Entra a esposa do agricultor, vem ao seu encontro e tenta acalmá-lo.)

Agricultor - Não vês? Foram logo as melhores castas que a filoxera destruiu!  Com as americanas não se mete essa praga!

Esposa - Então, homem, porque não cultivas só as americanas?

Agricultor -Tu estás tola, mulher, não sabes que a uva não é grande coisa! Depois ninguém queria o vinho! Não era de qualidade!

Esposa – Desculpa, só te queria animar! Ai, ai … se pudéssemos juntar as coisas boas das duas videiras… a qualidade das nossas uvas mais a resistência à filoxera das videiras americanas… Ah, deixa! lá estou eu a dizer disparates! (afasta-se)

Agricultor - Espera! Olha que não disseste disparate nenhum.

Esposa - Então homem, também estás na brincadeira! Pelo menos já te consegui animar

Agricultor- Não estou nada a brincar! Eu vou juntar as qualidades das duas videiras! Vais ver… (Ela sai satisfeita, ele fica a ver as videiras…)

Narrador3 - E então… foi assim que no Pó se desenvolveu a cultura do bacelo! E também a produção, em viveiro, de porta-enxertos e de enxertos-prontos com diversas castas.

Rio Galvão - Exatamente! Daí a freguesia do Pó ser considerada a capital da videira! (Olha ao longe e afasta-se) Já vejo ao fundo o rio Real. Ó Real, espera por mim… eu sou teu afluente… Ufa, que estafa! Juntam-se e seguem).

A seguir, elas vestidas de videiras, eles de enxertos-prontos, cantaram os versos "Do bacelo à videira" com música de "Ó Malhão-malhão".

No final, em roda, eles no centro, levantaram uma garrafa de vinho gigante e elas elevaram grandes cálices e fizeram brindes a todos os que se encontravam na festa.

E a festa continuou com danças e música. A última foi dedicada aos alunos que vão para o 5º ano e, por isso, irão deixar a EB do Pó. 

Nesta altura estavam todos os alunos em roda e os finalistas no centro:

VIVAM OS FINALISTAS DA ESCOLA DO PÓ!

Boas férias para todos!